Nas ilhas dos cães e dos alemães
Os habitantes das ilhas dos cães (de can, cão, aquilo que pelos vistos os antepassados dos espanhóis - que são bastante recentes enquanto tal - chamavam ao perro actual)são amáveis e de bom trato. Aturam os alemães séniores, sempre rezingões, com muita paciência. Estes, quase te pisam a toalha, porque desviarem-se do seu caminho não lhes passa pela cabeça, sempre absorvidos consigo próprios e nunca te dizem um olá, nem que seja em alemão, ao contrários dos canários. Mas estes têm que levar com aqueles, quer gostem quer não, porque são uma das bases principais da economia das ilhas.
Hoje, no jornal local, escrevia-se com estatísticas, que a afluência de turistas germânicos igualou, em Outubro, aquilo que era em 2006, antes da crise. Os alemães voltam a ter dinheiro para viajar enquanto uma em cada quatro crianças majorerasvive abaixo do nível da pobreza. Neste mesmo dia o Ministro da Educação de Espanha, no Canal 1, anunciados cortes na Educação, diz que os professores têm que continuar a manter o nível, ou a melhorá-lo, trabalhando mais e ganhando menos (que é o contrário da lógica neo-liberal: ganhas mais, tens mais responsabilidade e trabalhas melhor, ganhas menos, fazes o inverso). Entretanto a Espanha acaba de receber uma tranche de 37 mil milhões de ajuda.... à banca.
É preciso ter muita paciência, como a que têm os habitantes das ilhas dos cães...
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