Pela Estrada 2
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Campas no Planalto de Tchaiquéri. Cruzes e cornos. Tal como noutros países católicos a religião e o animismo cruzam-se.
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De Tutuala para a praia de Valu a estrada mais parece o leito de um rio. Mas, com boa vontade, chega-se a todo o lado, em Timor. Ao fundo, a ilha de Jaco, o estremo este do país. Aí, vi uma corça na praia, hipnotizada pela àgua do mar, enquanto um pescador corria para ela de catana na mão. A caça falhou. Os veados vêm à praia beber a àgua do mar porque as poças secam nesta estação.
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As casas de Los Palos ou as casas dos povo Fataluku são bem conhecidas como símbolo nacional, mas não restam muitas originais.
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O Forte de Fuiloro, tal como o de Maubara, não passa de um arco arruinado. Mas lá dentro não encontrei morador,nem cão, apenas uma cruz a marcar uma morte naquele local.
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A caminho de Lautem. Há arvores que gostam de água salgada. Como os «lafaek», os crocodilos.
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Aqui, perto da Lagoa de Tacitolo o papa dirigiu-se aos timorenses ainda durante a época da dominação indonésia e aqui vai ser construída uma estátua ao falecido. Cerca de 98 por cento da população é católica. O sempre sábio Lonely Planet diz que é só 90 por cento e que os timorenses só se tornaram realmente católicos durante essa época. Antes de 75, o catolicismo fazia parte da estrutura do estado português e os timorenses não queriam saber do assunto na sua vida do dia a dia. Mas, como os indonésios obrigaram a população a declarar a sua filiação religiosa - para saber quais eram os ateus e portanto os comunistas - todos se declararam católicos para não serem perseguidos. E pronto, é só por isso que os timorenses são católicos. O «Lonely Planet» lá sabe (sabem que «lá» quer dizer «não» em tétum?).
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