16.9.05

A festa da morte

Porque estava no Atauro, falhei o funeral do padre Francisco Fernandes, transladado de Macau.
Lá, soube da doença e aqui da morte. Nesse dia, de manhã cedo, telefona-me o João – timorense que viveu na Austrália: «Temos festa!». «Ai sim?», bocejei. «Morreu o padre Chico.» «Hem?» «Vai haver funeral», explicou. Quando acordei definitivamente pensei que tinha sido uma piada honírica de mau gosto. Mas não. Descobri, entretanto, que os funerais são de extrema importância social em Timor, as grandes reuniões de família, o evento para se frequentar. Não vais, tás fora. E eu que perdi o do padre Chico, que ainda por cima era um tipo com humor que gostava de festa, como qualquer bom timorense.