Gado-gado de línguas
Gado-gado é uma entrada indonésia, que consiste em vegetais variados para mergulhar num molho de amendoins, servido ao lado.
A línguas em Timor são assim, variadas, baralhadas e conspurcadas. A constituição - aceite por um parlamento democraticamente eleito - determina no seu artigo 13º que o português e o tétum são as línguas oficiais deste país. No entanto, muitos australianos e outros «internacionais» ou malay, que trabalham para as organizações internacionais recusam-se a admitir o facto. Muitos defendem que devia ser indonésio ou inglês a língua oficial. Indonésio? Em nome das excelentes relações que a Austrália manteve com esse país durante a ocupação e que lhe valeram a exploração do petróleo no Mar de Timor? Inglês? Em nome de que neo-colonização? «Mas, repara os novos países que escolheram inglês como língua oficial estão muito bem actualmente», dizia-me uma amiga australiana. A Jamaica, esse grande bairro de lata rasta? A Serra Leoa? Talvez o Zimbabwe? Não? Pronto, sim, Singapura. Mas não terá sido antes pela energia dos chineses, neste caso? O que tem o inglês a ver com os timorenses e a sua cultura? Foram colonizados pelos ingleses, por ventura?
Enfim... Depois, surgem os que admitem estes argumentos mas pensam que tétum é que tem que ser a língua, não português. O problema é que tétum não é uma língua, é um dialeto, um crioulo, um patúa. O Instituto Nacional de Linguística tem a função de fixar o que é tétum correcto. É denegrido pelos tais internacionais que dizem que aportuguesa o tétum. Eu não diria isso, uma vez que ainda recentemente resolveram que o nh do português em tétum vai ser representado por um n com til em cima... E olé!!! A escolha do k indonésio para substituir o c ou qu também me parece pouco lusa.
Depois há o problema dos outros dialectos e dos grupos étnicos correspondentes. Em Los Palos, onde se fala fataluku, por exemplo, pode-se parar o carro e perguntar uma direcção em tétum que a resposta será, quase sempre, nula. Feita a pergunta em português, recebe-se a resposta possível, com mais ou menos esforço. Tétum é o dialecto da tribo que está no poder, o que não agrada às restantes.
Ah, sim, e há a questão do português. Os internacionais anti-lusos (esses colonialistas que nada fizeram por Timor) acham que é a língua dos políticos actuais e que os jovens se vão rebelar, destroná-los do poder e impôr o indonésio (ou o inglês, noutras opiniões). Os portugueses e brasileiros, desconcertadamente pouco fazem pela língua. O governo de Timor idem.
Enfim, um gado gado a atirar para o azedo....
A línguas em Timor são assim, variadas, baralhadas e conspurcadas. A constituição - aceite por um parlamento democraticamente eleito - determina no seu artigo 13º que o português e o tétum são as línguas oficiais deste país. No entanto, muitos australianos e outros «internacionais» ou malay, que trabalham para as organizações internacionais recusam-se a admitir o facto. Muitos defendem que devia ser indonésio ou inglês a língua oficial. Indonésio? Em nome das excelentes relações que a Austrália manteve com esse país durante a ocupação e que lhe valeram a exploração do petróleo no Mar de Timor? Inglês? Em nome de que neo-colonização? «Mas, repara os novos países que escolheram inglês como língua oficial estão muito bem actualmente», dizia-me uma amiga australiana. A Jamaica, esse grande bairro de lata rasta? A Serra Leoa? Talvez o Zimbabwe? Não? Pronto, sim, Singapura. Mas não terá sido antes pela energia dos chineses, neste caso? O que tem o inglês a ver com os timorenses e a sua cultura? Foram colonizados pelos ingleses, por ventura?
Enfim... Depois, surgem os que admitem estes argumentos mas pensam que tétum é que tem que ser a língua, não português. O problema é que tétum não é uma língua, é um dialeto, um crioulo, um patúa. O Instituto Nacional de Linguística tem a função de fixar o que é tétum correcto. É denegrido pelos tais internacionais que dizem que aportuguesa o tétum. Eu não diria isso, uma vez que ainda recentemente resolveram que o nh do português em tétum vai ser representado por um n com til em cima... E olé!!! A escolha do k indonésio para substituir o c ou qu também me parece pouco lusa.
Depois há o problema dos outros dialectos e dos grupos étnicos correspondentes. Em Los Palos, onde se fala fataluku, por exemplo, pode-se parar o carro e perguntar uma direcção em tétum que a resposta será, quase sempre, nula. Feita a pergunta em português, recebe-se a resposta possível, com mais ou menos esforço. Tétum é o dialecto da tribo que está no poder, o que não agrada às restantes.
Ah, sim, e há a questão do português. Os internacionais anti-lusos (esses colonialistas que nada fizeram por Timor) acham que é a língua dos políticos actuais e que os jovens se vão rebelar, destroná-los do poder e impôr o indonésio (ou o inglês, noutras opiniões). Os portugueses e brasileiros, desconcertadamente pouco fazem pela língua. O governo de Timor idem.
Enfim, um gado gado a atirar para o azedo....
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