Fado do Santo Antº do Ataúro
Levaram-me à Mesa dos Frades, na capela do palácio que o rei D. João V mandou construir para uma sua amante, em Alfama. Lá estava o Santo António de madeira baseado num desenho naive que fiz para ajudar uma amiga a convencer um artista de Maquile, no Ataúro, a esculpir o dito, numa via sacra de águas turquesa e muito sol.
Para além do reencontro com a viajada imagem do frade, fiquei fascinada com a qualidade dos fadistas e das letras, recentes, de bom gosto, bonitas, com alguns clássicos de permeio. «A tua boca e a minha parecem meninas perdidas a chorar de rua em rua», assim se cantava na presença do santo casamenteiro.
Estrangeirada, devolvida a esta pátria do tostão contado, metro, trabalho, casa e cama, esquecera-me de como somos bons a cantar os sentimentos. Para compor o quadro, tivemos direito a terramoto, às duas da manhã. Se isto não é Lisboa no seu melhor, não sei o que será. Ah! Terra fadista!
O desenho original.
A via sacra.
Maquile à vista!
Para além do reencontro com a viajada imagem do frade, fiquei fascinada com a qualidade dos fadistas e das letras, recentes, de bom gosto, bonitas, com alguns clássicos de permeio. «A tua boca e a minha parecem meninas perdidas a chorar de rua em rua», assim se cantava na presença do santo casamenteiro.
Estrangeirada, devolvida a esta pátria do tostão contado, metro, trabalho, casa e cama, esquecera-me de como somos bons a cantar os sentimentos. Para compor o quadro, tivemos direito a terramoto, às duas da manhã. Se isto não é Lisboa no seu melhor, não sei o que será. Ah! Terra fadista!
O desenho original.
A via sacra.
Maquile à vista!
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